Foto: Universidade Federal de Viçosa

Os recentes boletins epidemiológicos com dados da Covid-19 em Viçosa têm trazido índices que podem ser recebidos com certo alívio por parte da população. Entretanto, tais números se devem, principalmente, pela redução da quantidade de testes realizados em pacientes suspeitos no município. A subnotificação esconde os casos, mas não elimina o vírus.

Desde meados de dezembro, a UFV suspendeu a realização de testes nos laboratórios credenciados pela instituição devido à falta de insumos para realizar a testagem. De acordo com a UFV, de abril até dezembro foram realizados 33.500 testes RT-PCR de amostras enviadas pelas secretarias de saúde de Viçosa, Rio Paranaíba e municípios vizinhos. Cerca de 90% dos testes foram feitos com kits adquiridos pela própria UFV, em parceria com a Prefeitura de Viçosa e os Hospitais Nossa Senhora das Dores e Arnaldo Gavazza, de Ponte Nova.

Ainda segundo a UFV, a Secretaria Estadual de Saúde (Ses/MG) prometeu o envio de novos kits no começo de janeiro, para a retomada das testagens. No entanto, até o início desta semana, os kits não haviam chegado. Em dezembro, a UFV chegou a dar o prazo de 18 de dezembro para a retomada das testagens, fato que não se concretizou devido à falta dos insumos.

O assunto voltou a ser discutido em reunião na última sexta-feira, na reitoria, entre o reitor Demetrius David da Silva, o prefeito Raimundo Cardoso, o secretário de Saúde, Julio Cotta e o secretário de Administração, Luan Campos. O reitor destacou o esforço coletivo que será necessário para a retomada das testagens. E a prefeitura se propôs a agilizar a compra de materiais necessários, mas não informou em quanto tempo.

Enquanto os testes não são retomados em Viçosa, a Prefeitura encaminha as amostras coletadas na Central Covid para laboratórios da Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte. O prazo para que os resultados do RT-PCR fiquem prontos oscila entre 10 e 15 dias, um intervalo que deixa de refletir a realidade do avanço na doença no município em tempo real.

A universidade também colocou à disposição o Espaço Multiuso, no campus, para o período de vacinação mais intenso e quando um número maior de doses estiver disponível.