SAÚDE

Saúde descarta suspeita de Ebola em Viçosa e paciente já foi liberado

Paciente já foi liberado. Ambulatório do HSS foi fechado na tarde de hoje, segunda-feira, 27


Publicado em: 27/10/2014 às 09:35hs

Saúde descarta suspeita de Ebola em Viçosa e paciente já foi liberado

A internação de um estudante do sexo masculino, no ambulatório do Hospital São Sebastião, na tarde desta segunda-feira, 27, causou “pânico” nos profissionais e usuários daquela casa de saúde, que teve o setor de emergência fechado para o atendimento ao público. Febril, o estudante relatou, ao ser atendido no setor de emergência do hospital, que estava preocupado porque acabara de voltar de um congresso nos Estados Unidos, onde teve contato com estudantes do Senegal, país africano.

Com a mínima possibilidade de o estudante ter contraído o vírus Ebola, os profissionais iniciaram os procedimentos de isolamento do paciente e acionaram o serviço de epidemiologia da Secretaria de Saúde da Prefeitura Municipal de Viçosa.

Segundo Cláudia Ferreira, coordenadora do Serviço de Epidemiologia da SMS, imediatamente foi feito contato com o  Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS Minas), que, com base nas informações do quadro do paciente, descartou a possibilidade dele ter contraído a doença. Reforçando esta informação, Cláudia Ferreira disse que o estudante estava apenas febril e não apresentava nenhum outro sintoma da doença, tais como hemorragias, dores abdominais, diarreia, etc. Além disso, reforçou, o Senegal está na lista dos países livres do Ebola, ao contrário de outros países africanos, como Libéria, Guiné e Serra Leoa.

 

Ebola  

Segundo texto publicado no site do Dr. Dráuzio Varela, Ebola é uma febre grave do tipo hemorrágico transmitida por um vírus do gênero Filovirus, altamente infeccioso, que desenvolve seu ciclo em animais. Há cinco espécies diferentes desse vírus, que recebe o nome do local onde foi identificado. Zaire, Bundibugyo, Costa do Marfim, Sudão e Reston. Este último ainda não foi encontrado em humanos.

A doença é classificada como uma zoonose. Embora os morcegos frutívoros sejam considerados os prováveis reservatórios naturais do vírus Ebola, ele já foi encontrado em gorilas, chimpanzés, antílopes, porcos e em minúsculos musaranhos. Os especialistas defendem a hipótese de que a transmissão dos animais infectados para os seres humanos ocorre pelo contato com sangue e fluidos corporais, como sêmen, saliva, lágrimas, suor, urina e fezes.
Daí em diante, o vírus Ebola pode ser transmitido pelo contato direto entre as pessoas, pelo uso compartilhado de seringas e, por incrível que pareça, até depois da morte do hospedeiro. Ou ainda, caso o paciente tenha sobrevivido, o vírus Ebola pode persistir ativo em seu sêmen durante semanas. Possivelmente, uma das razões para ser tão mortal e resistente é que libera uma proteína que desabilita o sistema de defesa do organismo.

Sintomas

O período de incubação dura de 2 a 21 dias. Os sinais e sintomas variam de um paciente para outro. Metade dos pacientes infectados vão a óbito.
Febre, dor de cabeça muito forte, fraqueza muscular, dor de garganta e nas articulações, calafrios são os primeiros sinais da doença que aparecem de forma abrupta depois de cinco a dez dias do início da infecção pelo vírus Ebola. Com o agravamento do quadro, outros sintomas aparecem: náuseas, vômitos e diarreia (com sangue), garganta inflamada, erupção cutânea, olhos vermelhos, tosse, dor no peito e no estômago, insuficiência renal e hepática. No estágio final da doença, o paciente apresenta hemorragia interna, sangramento pelos olhos, ouvidos, nariz e reto, danos cerebrais e perda de consciência.

Diagnóstico

Uma das dificuldades para estabelecer o diagnóstico precoce da doença provocada pelo vírus Ebola é que, no início, os sintomas podem ser confundidos com os de enfermidades como gripe, dengue hemorrágica, febre tifoide e malária. O levantamento da história do paciente, se esteve exposto a situações de risco e o resultado de testes sorológicos (Elisa IgM, PCR) e o isolamento viral são fundamentais para determinar a causa e o agente da infecção.
Diante da possibilidade de uma pessoa ter entrado em contato com o vírus Ebola, ela deve ser mantida em isolamento e os serviços de saúde obrigatoriamente notificados.

Tratamento

Não existe tratamento específico para combater o vírus Ebola, que infecta adultos e crianças sem distinção. Não existe também uma vacina contra a doença, mas já foi testada uma fórmula em macacos, morcegos e porcos-espinhos que mostrou resultados positivos nesses animais.
O único recurso terapêutico contra a infecção causada pelo Ebola é oferecer medidas de suporte, como reposição de fluidos e eletrólitos, hidratação, controle da pressão arterial e dos níveis de oxigenação do sangue, além do tratamento das complicações infecciosas que possam surgir.
No Brasil, existem dois centros de referência preparados para tratar pacientes infectados pelo vírus ebola: o Fiocruz, no Rio de Janeiro, e o Hospital Emílio Ribas, em São Paulo.

Prevenção

Não só os agentes de saúde, mas todas as pessoas que precisam aproximar-se de pacientes com caso confirmado de ebola ou suspeita da doença são obrigadas a usar um equipamento de proteção que cobre o corpo da cabeça aos pés e que deve ser retirado com todo o cuidado para evitar contaminação.

Recomendações

As seguintes medidas são fundamentais para evitar o contato com o vírus Ebola, como forma de prevenir a infecção e evitar a disseminação da doença;

1.   Lave as mãos com frequência com água e sabão. Se não for possível, esfregue-as com álcool gel;

2.   Procure não frequentar lugares que facilitem a exposição ao vírus Ebola;

3.   Evite contato com pessoas infectadas. Quanto mais avançada a doença, maior a concentração de vírus e mais fácil o contágio;

4.   Use vestimentas de proteção, como macacões e botas de borracha, aventais, luvas e máscaras descartáveis e protetores oculares, sempre que tiver de lidar com os pacientes. Sob nenhum pretexto reutilize agulhas e seringas. Instrumentos médicos metálicos que serão reaproveitados devem ser esterilizados.

5.   Só coma alimentos exóticos de procedência conhecida;

6.   Lembre que o corpo dos doentes continua oferecendo risco de contágio mesmo depois da morte.