EDUCAÇÃO

Estudantes do Coluni detectam novo asteroide em programa oferecido pela Nasa

O espaço ficou menor e muito mais interessante para Gustavo, Pedro, Vinícius e João Vitor. Eles não gostam de ser chamados de nerds. São apenas pessoas curiosas e interessadas pela ciência. Mas podem levar o nome da Universidade Federal de Viçosa ainda mais longe.


Publicado em: 07/06/2022 às 10:11hs

Estudantes do Coluni detectam novo asteroide em programa oferecido pela Nasa

A UFV pode ter um asteroide todinho para chamar de seu. Ou que, pelo menos, leve seu nome ao espaço. O asteroide UFV0021 foi descoberto por quatro alunos do primeiro ano do Colégio de Aplicação CAp-Coluni que fazem parte do programa Caça Asteroides, desenvolvido pela agência espacial americana Nasa. Esta é a primeira vez que a Universidade participa do programa que tem como objetivo popularizar a ciência astronômica.

Vinícius Reis Mazzini, Pedro Perry Resende, João Vitor Martins Ciconha e Gustavo Brito Matos contam que sempre se interessaram pela astronomia, mas não pensavam que podiam ajudar a desvendar os mistérios ainda desconhecidos da Via Láctea. Incentivados pelo avô de Vinícius, o professor aposentado do Departamento de Química do campus Viçosa Efraim Reis e pelo tio, Clausius Duque Reis, professor do curso de Sistemas de Informação da UFV-Rio Paranaíba, os estudantes se inscreveram no programa promovido pelo International Astronomical Search Collaboration (IASC), da Nasa.

De acordo com os professores, os participantes deste programa são denominados "cientistas cidadãos”. Eles são capacitados para fazer descobertas astronômicas originais e participar da astronomia prática. O Brasil aderiu ao Caça Asteroides em 2020, com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Instituto Brasileiro de Informações em Ciência e Tecnologia (IBICT) e da Secretaria Estadual de Educação de Mato Grosso (Seduc).

Para participar do programa, as equipes que se inscrevem precisam passar por um treinamento on-line para aprender a identificar os corpos celestes. Com isso, aprendem questões básicas de astronomia e a acessar as imagens geradas por um telescópio localizado no Havaí, disponíveis no site do IASC, além de aprenderem a utilizar os softwares específicos para essa identificação.

Os alunos do CAp-Coluni contam que, para o desafio, receberam 22 pacotes de imagens geradas por telescópio e passaram um bom tempo observando o movimento dos corpos celestes até identificar se ali existiam asteroides. Erraram algumas interpretações e acertaram o pacote de número 21, por isso tiveram o privilégio de nomear a descoberta como UFV0021. “Com programas como este, a Nasa também incentiva esforços colaborativos para identificar centenas de novos asteroides no espaço”, conta o professor Efraim.

 

O que os meninos cientistas do CAp-Coluni fizeram é chamado de etapa preliminar. A confirmação, agora, depende da Nasa, podendo levar até dez anos para que o asteroide possa ser oficialmente batizado com o nome da UFV.