ECONOMIA

Petrobrás avisa que não dará conta de atender demanda por combustível em novembro

Agência Nacional de Petróleo descartou risco de desabastecimento, e combustíveis podem ser importados


Publicado em: 20/10/2021 às 00:03hs

Petrobrás avisa que não dará conta de atender demanda por combustível em novembro
Foto: reprodução

A Petrobrás anunciou que houve um aumento “atípico” pela demanda por combustíveis para o mês de novembro. Os pedidos extras solicitados para o mês que vem vieram 20% acima da sua capacidade de suprimento no caso do diesel e 10% acima em relação à gasolina.

A estatal, entretanto, não justificou os motivos para o aumento repentino da demanda, mesmo com o alto preço dos combustíveis nas bombas. Na prática, o que está acontecendo é que a Petrobras está deixando para as distribuidoras o compromisso de importação, antes assumido por ela.

Uma parcela da demanda interna sempre foi coberta com produtos trazidos de outros países. Com o petróleo e os seus derivados em alta, esse custo estava sendo absorvido pela estatal. Ao deixar a importação para as distribuidoras, a Petrobras se desfaz desse custo, ou seja, deixa de gastar dinheiro com essas etapas.

"Atualmente, há dezenas de empresas cadastradas na ANP aptas para importação de combustíveis. Portanto, essa demanda adicional pode ser absorvida pelos demais agentes do mercado brasileiro", disse a Petrobras, em nota.

DESABASTECIMENTO E ALTA NOS PREÇOS

Com a maior abertura para combustível vindo de fora do país e a institucionalização do mercado livre do produto no país, o consumidor poderá sentir mudanças nos preços.

"A consequência desse suprimento, entretanto, será o efeito nos preços dos combustíveis, uma vez que, segundo os importadores, os produtos no exterior estão em torno de 17% acima dos produtos locais", afirmou a Associação das Distribuidoras de Combustíveis (Brasilcom).

A Agência Nacional do Petróleo afastou risco de desabastecimento. "Não há indicação de desabastecimento no mercado nacional de combustíveis, nesse momento. A ANP segue realizando o monitoramento da cadeia de abastecimento e adotará, caso necessário, as providências cabíveis para mitigar desvios e reduzir riscos", afirmou o órgão regulador.