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Os constantes problemas causados pela falta de infraestrutura e ausência de pavimentação asfáltica no trecho da rodovia MG-280, entre Paula Cândido e Divinésia, levou a empresa Unida a desistir de operar no trecho. O transporte intermunicipal, entre as duas cidades, está interrompido há cerca de dois anos e não tem previsão de restabelecimento.

A volta da linha é um pedido dos moradores de Paula Cândido. A cidade de 9.500 habitantes possui grande relação com a região de Ubá, que fica a 40 km, onde muitos paulacandenses mantêm vínculo de trabalho. A alternativa encontrada por eles é o transporte irregular. O Folha da Mata apurou que a necessidade está sendo suprida por vans e kombis particulares.

Nesse itinerário, via MG-280, existem linhas próprias nos trechos entre Viçosa x Paula Cândido (operado por outra empresa) e Divinésia x Ubá (operado pela Unida). Ou seja, apenas o pequeno trecho remanescente de 14,5 km, entre Divinésia e Paula Cândido, não possui transporte público intermunicipal regulamentado.

Além da falta de pavimentação, agravaram o problema as crateras que se abriram na rodovia em janeiro de 2020, uma vez que veículos pesados encontram dificuldade para trafegarem nos desvios improvisados. Segundo a empresa Unida, a linha Viçosa x Ubá pela MG-280, já de longa data, vem apresentando queda na demanda de passageiros.

De acordo com a concessionária, a linha chegou a operar semanas seguidas com passageiros apenas entre Ubá e Divinésia e, eventualmente, entre Paula Cândido e Viçosa, inviabilizando economicamente a operação e forçando a empresa a solicitar reduções de horários até chegar ao quadro atual.

A empresa também associa a redução da demanda à pandemia da Covid-19: “Com a pandemia, esse quadro de baixa demanda se agravou e se estendeu para outras linhas e regiões e o retorno das operações está muito lento e imprevisível, não sendo possível fazer qualquer previsão”, alegou a Unida em nota.

Incluída no Catálogo de Obras do Estado de Minas Gerais em 2019, a obra de pavimentação do trecho entre Paula Cândido e Divinésia, orçada em R$ 24 milhões, ainda não conseguiu captar as emendas necessárias junto aos deputados mineiros, apesar da insistência e mobilização de moradores e lideranças locais.