A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que pretende investigar os atrasos e irregularidades na obra da Estação de Tratamento de Esgoto da Barrinha pode levar mais tempo que o previsto para iniciar os trabalhos. Na segunda-feira, 10, uma reunião interna na Câmara contou com a presença do presidente do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto), Eduardo Brustolini e o engenheiro da autarquia, Luiz Pereira, além do Secretário de Administração da PMV, Luan Campos. O Folha da Mata recebeu informações de que o encontro foi agendado pelo vereador Sérgio Marota (PSL) e que todos os vereadores teriam sido convidados, mas nem todos compareceram.

O assunto principal foi a abertura da CPI, anunciada na reunião ordinária da terça-feira da semana passada (04). O requerimento assinado por todos os vereadores foi proposto pelo vereador Daniel Cabral (PCdoB), que está cotado para presidir a comissão. Já os demais membros seriam nomeados pelo presidente da Câmara, Edenilson Oliveira (PSD).

A tentativa de engavetar a abertura da CPI se daria, segundo apuração feita pelo jornal, em função da iminente chegada de novos recursos para garantir a continuidade da construção da ETE. Um novo empréstimo, no valor de R$ 5 milhões, foi pedido junto à Caixa Econômica Federal, para realinhamento de preços para tocar a obra. O receio do SAAE e da PMV é de que, caso seja aberta, a CPI pudesse atrasar a chegada dos recursos essenciais para a manutenção das atividades.

Além disso, na semana passada, o SAAE informou em nota que havia finalizado a 10ª medição da obra e estava enviado os documentos para análise da Caixa, garantindo assim o recebimento do recurso para pagar as empresas responsáveis pela construção da Estação.
O Folha da Mata apurou ainda que a reunião teria o objetivo de tentar limitar o período de tempo da investigação, com pedido para que a CPI apurasse documentos datados somente de 2014 para frente. Entretanto, o projeto de captação de recursos da ETE/Barrinha teve início em 2008 e o planejamento da obra começou em 2011.

Para que os trabalhos da CPI tenham início, é preciso o voto de 5 vereadores e a formalização dos membros da comissão. Ainda não é confirmado que a abertura será feita na reunião ordinária de hoje, terça-feira, 11. Mais informações estarão na edição impressa do Folha da Mata desta semana.