Moradores da comunidade rural das Duas Barras procuraram o Folha da Mata para denunciar as condições das estradas rurais da região, que foram bastante danificadas com as últimas chuvas e, segundo os moradores, não recebem manutenção na periodicidade necessária.

A principal reclamação dos moradores é sobre o transporte coletivo, que está comprometido devido às condições de trafegabilidade das estradas. A comunidade das Duas Barras é atendida por transporte coletivo desde 1985, no entanto, desde o final do ano passado, o ônibus não consegue chegar ao ponto final. Nas últimas semanas, alunos ficaram vários dias sem poder ir à aula, de acordo com o relato dos moradores.

Na comunidade da Piúna, antes das Duas Barras, um ônibus da Viação União atolou no barro, na localidade conhecida como Morro no Niquinho, próximo ao Tanque das Pedras. O caso aconteceu no último domingo, 22, e o veículo ficou agarrado durante horas, até a chegada de um trator, que ajudou a retirar o ônibus do local.

Outra reclamação dos moradores é a respeito do recente trabalho de cascalhamento feito na região. O serviço, que é terceirizado, não foi bem avaliado pela comunidade, que questiona a capacidade técnica de quem o executa: “Parece que o operador da máquina não tem curso técnico para estrada e sim para arar o campo. Eles acabaram com o abaulamento das estradas, deixando terra nos cantos, prendendo a água dentro do leito da estrada”, declarou um morador.

Outro morador, que é produtor rural, destacou prejuízos para quem precisa escoar produção: “Aqui temos granja, fazenda de leite, e muitos produtores que mexem com hortaliças, todos com prejuízos devido à situação das estradas”.

O QUE DIZ A PREFEITURA

Questionado sobre a situação da comunidade das Duas Barras, o secretário de Agropecuária e Desenvolvimento Rural, Geraldo Deusdediti Cardoso (Geraldinho Violeira) confirmou que a manutenção das estradas é terceirizada e salientou que o serviço está sendo adaptado para “atender a comunidade com mais eficiência neste ano de 2022”.

“Realmente nossas estradas rurais sofrem com as constantes chuvas, que se estendem desde outubro do ano passado. No período de safra, de outubro até fevereiro, já choveu 1.700 mm de chuvas. No mesmo período do ano anterior choveu um volume de 900 mm. Dessa forma, nossas estradas rurais são impactadas diretamente, criando estes pontos de atoleiro por toda região”, explicou Geraldinho em nota ao Folha da Mata.

O secretário ainda informou que a meta da pasta é “direcionar o atendimento destes pontos o mais breve possível, dentro de um prazo de 15 dias”. Para isso, o secretário está esperando o resultado de uma licitação para aquisição de 400 caminhões com material de fundo de pedreira e 200 carretas com resíduo de minério, comumente utilizado em cascalhamento de vias rurais.

Geraldinho ressaltou também que está à disposição dos moradores das comunidades rurais para esclarecer dúvidas sobre o planejamento da secretaria.