Os animais debilitados, como esse da foto, apresentam fraqueza extrema e vômitos, sintomas associados à intoxicação por veneno. Foto: divulgação

Moradores de Cachoeira de Santa Cruz, em Viçosa, estão assustados com a mortandade de cães no distrito. O Folha da Mata recebeu denúncias anônimas que relatam mortes por envenenamento, pauladas e até tiros.

Nas últimas duas semanas, pelo menos 15 animais apareceram mortos ou muito debilitados, com sintomas como salivação excessiva, diarreia e fraqueza. Os moradores tem tentado cuidar dos cães mais fracos, mas acreditam que os animais tenham ingerido um veneno forte, que dificulta o tratamento de desintoxicação. “Temos dado carvão ativado, medicamentos injetáveis e nada tem dado jeito”, explica um morador, que não quis se identificar por medo de represálias.

Voluntários da causa animal tem retirado os cães das ruas, com medo de mais mortes. Mesmo assim, o risco continua: “é covarde, jogam veneno até no quintal das pessoas”, conta outra moradora, que também optou por não divulgar o nome. Os relatos também são de que alguns animais estariam sendo mortos a tiros e pauladas, em uma região afastada próxima ao cemitério de Cachoeirinha.

Em janeiro, o Folha da Mata noticiou uma outra onda de envenenamento em cães, também em Cachoeira de Santa Cruz. Naquela época, pelo menos 10 animais haviam morrido, apresentando sintomas associados à contaminação por veneno.

O artigo 32 da Lei nº9605/98, conhecida como a Lei de Crimes Ambientais, determina punições para quem praticar atos abusivos e de maus tratos contra animais domésticos ou domesticados. Quando se trata de cão ou gato, a pena pode chegar à reclusão de 2 a 5 anos, além de multa e proibição de guarda. A pena ainda pode ser aumentada se ocorrer a morte do animal.