Moradores do distrito de São José do Triunfo  (Fundão) foram ouvidos pela comissão legislativa que trabalha na revisão do Plano Diretor (PL nº 078/2020) em audiência pública realizada na última quinta-feira, 23, no distrito. Apesar da pauta definida, muitos moradores aproveitaram a oportunidade para falar sobre as necessidades da comunidade.

Assim como nas audiências realizadas no Paraíso e no distrito de Cachoeirinha, esta também foi conduzida pelo presidente da Câmara, vereador Edenilson José de Oliveira (PSD), que também é morador da comunidade. Participaram ainda o presidente da comissão, vereador Bartomélio Martins (PT), além dos vereadores Marly Coelho (PSC) e Robson Souza (Cidadania), este último também morador de São José do Triunfo.

Outros membros que compõem a comissão também estiveram presentes, como o empreendedor da construção civil Rodrigo Bicalho, o professor do Departamento de Geografia da UFV, André Luís Faria, o diretor do Geoplam, Douglas Ferreira Silva, e o professor aposentado da UFV, Antônio Cleber (Tibiriçá), representando a sociedade civil.

A audiência teve início com o presidente Edenilson reforçando a importância do Plano Diretor para a comunidade, e como o documento irá afetar o zoneamento atual: “É um projeto de lei que vem do Poder Executivo para ser votado na Câmara Municipal de Viçosa, que dá o direcionamento para a organização do município de Viçosa, tanto na vertical quanto na horizontal. O objetivo hoje é que vocês possam entender a proposta e ponderar as exigências, para que possamos ter uma Viçosa planejada, democrática e construída junto com seus moradores”, afirmou.

Logo após, a equipe técnica da comissão apresentou os pontos básicos do Plano Diretor e suas diretrizes, no âmbito das discussões que envolvem o distrito de São José do Triunfo. A primeira parte deu foco para a utilização e organização do território.

O professor Tibiriçá fez uma fala inicial explicando aos presentes o que é um Plano Diretor: “É a Lei Municipal que, estabelecendo políticas alinhadas com a Legislação Federal e Estadual, visa nortear, direcionar e projetar o desenvolvimento do município de Viçosa e seu crescimento urbano, buscando estabelecer diretrizes, condições e parâmetros que possam induzir o desenvolvimento sustentado e mais qualidade de vida para as pessoas e também lidar com os desafios que envolvem a mobilidade urbana e as questões fundiárias e ambientais. São os princípios e orientações de um plano de política urbana”, elucidou ele.

Dando continuidade à apresentação desse ponto o professor André Luís Faria falou sobre áreas de risco, desastres em locais inundáveis e deslizamentos de terra, propondo uma alternativa de ocupação que respeite o meio ambiente; já Rodrigo Bicalho, que foi diretor do Saae, discorreu sobre o tratamento de água e esgoto no contexto do distrito, e, por fim, Douglas Ferreira Silva falou sobre os usos do perímetro urbano e sua taxa de ocupação.

O segundo bloco da Audiência Pública foi para ouvir a população em relação aos temas abordados na exposição técnica e também para uma releitura comunitária dos aspectos locais: educação, saúde, gestão pública, meio ambiente, saneamento, segurança, entre outras preocupações. A participação do público presente pôde apontar alguns pontos positivos e outros que requerem melhorias e sugestões.

Gésio está entre os moradores que se manifestaram e pediu maior atenção por parte do Poder Público: “Ultimamente, nós estamos vivendo um descaso muito grande. Nós não temos distribuição do serviço de água com qualidade e não foi concluída a rede de esgoto”, expôs o morador.

Além dessa, as reivindicações apresentadas abrangiam ainda demandas relacionadas ao esporte, lazer, organização das estradas, atividades culturais, preservação ambiental, entre outros setores. Os parlamentares presentes se colocaram à disposição para fazer indicações, mas chamaram atenção para a importância de se cobrar do Executivo Municipal, responsável por executar essas solicitações, algo que vai além da função do Legislativo