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Pesquisa detecta novas variantes do coronavírus na região

Sequenciamento genético de 17 amostras indicou presença das variantes britânica e brasileira do vírus em pacientes de Ponte Nova e Viçosa


Publicado em: 26/04/2021 às 17:01hs

Pesquisa detecta novas variantes do coronavírus na região
Foto: Divulgação/UFV

As cepas britânica e brasileira do SARS-CoV-2 estão circulando em Viçosa e Ponte Nova. É o que aponta a recente pesquisa feita pelos laboratórios da Universidade Federal de Viçosa que estão realizando os testes de PCR para identificação da Covid-19.

Entre os dias 05 e 09 de abril, as equipes de pesquisadores coletaram 17 amostras de casos positivos, sendo nove de Viçosa e oito de Ponte Nova, para fazer um sequenciamento genético. O resultado apontou a presenta das variantes britânica (B.1.1.7 e B1) em 2 amostras e da variante brasileira, detectada inicialmente em Manaus (P1) em outras 15 amostras.

A UFV diz que informou oficialmente à Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG) sobre o resultado da pesquisa.

Os dados coletados pelos pesquisadores podem ajudar a explicar o avanço da doença na região, já que a variante P1 é conhecida por sua taxa de transmissão mais veloz. Outras pesquisas internacionais ainda tentam comprovar se as variantes também provocam sintomas mais severos ou se afeta pessoas mais jovens.

O trabalho identifica o genoma do vírus e compara com a sequência genética original. Segundo o coordenador do Laboratório de Ecologia e Evolução de Vírus do Departamento de Fitopatologia, professor Francisco Murilo Zerbini, o sequenciamento pode ser feito de duas formas: apenas na região do genoma que codifica a proteína Spike (S) - responsável pela entrada do novo coronavírus nas células - ou pelo genoma completo do vírus.

O professor explica que o sequenciamento da região, que codifica a proteína S, permite identificar as variantes já conhecidas e também selecionar amostras com mutações ainda não descritas para essa região, ou seja, possíveis novas variantes. Já o sequenciamento do genoma completo amplia o espectro da detecção, identificando as variantes já caracterizadas e também quaisquer outras que possam aparecer com mutações em outras regiões do genoma, além daquela que codifica a proteína S.

Para a detecção das cepas verificadas em Viçosa e Ponte Nova, cinco amostras tiveram o gene S sequenciado e as outras 12 o genoma completo.

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