SAÚDE

Formatura da UFV não terá cerveja Belorizontina


Publicado em: 10/01/2020 às 05:42hs

Formatura da UFV não terá cerveja Belorizontina

O churrasco e o baile de gala dos formandos da UFV (Universidade Federal de Viçosa), previstos para acontecerem nas próximas semanas, não contarão com os produtos da Cervejaria Backer (cervejas da marca Belorizontina e chopp Backer). A troca de marca das cervejas acontece após casos suspeitos de “síndrome neufroneural” serem registrados em Minas Gerais, inclusive em Viçosa.

Cerca de mil graduandos dos 47 cursos ofertados no campus Viçosa colam grau nos dias 17 e 24. Para o churrasco de formatura, que acontece nos dias 15 e 22 de janeiro, e baile de gala, nas noites de 18 e 25, estava previsto o fornecimento de 200 barris de Chopp Backer e 500 caixas de cerveja Belorizontina.

Agora serão servidas bebidas da Cervejaria Krug Bier, que também tem fábrica na capital mineira.

Informações repassadas ao Folha da Mata dão conta de que o paciente de Ubá, que morreu em decorrência de “síndrome nefroneural”, é tio de um dos formandos da UFV.

Investigação de cerveja

A Polícia Civil de Minas Gerais investigou duas garrafas de Cerveja Belorizontina encontradas nas residências de pacientes internados, em Belo Horizonte, com sintomas da síndrome.

A investigação indica que foram encontrados dietilenoglicol nos lotes L1 1348 e L2 1348. A substância tóxica é utilizada em serpentinas no processo de refrigeração de cervejas e, segundo as primeiras investigações, pode ser a causa de contaminação de outros nove pacientes, em Minas Gerais, que apresentaram “síndrome nefroneural”.

A Backer, em nota, informou que a substância encontrada não faz parte do processo de produção da cerveja e que os lotes em questão foram recolhidos na residência dos consumidores e retirados de circulação.

Mulher internada em Viçosa com sintomas da doença misteriosa

Uma mulher deu entrada no Hospital São João Batista, em Viçosa, apresentando sintomas semelhantes ao da “síndrome nefroneural” nesta quinta-feira, 9. O caso está em investigação naquela unidade hospitalar e, preliminarmente, sabe-se que a paciente comprou a cerveja Belorizontina, da Backer, em Viçosa, e consumiu o produto em Guarapari (ES).

Por orientação do secretário de Saúde de Viçosa, Marcus Schitini, a Vigilância Sanitária está percorrendo os estabelecimentos do município orientando os comerciantes a não venderem cerveja Belorizontina de nenhum lote, até que as investigações sejam finalizadas.

Todos os procedimentos previstos pela legislação estão sendo tomados e o caso já foi comunicado às autoridades de saúde estadual.

Cervejas recolhidas dos supermercados

Na manhã desta sexta-feira, 10, o jornal Folha da Mata percorreu estabelecimentos do município para verificar quais vendiam os lotes de Belorizontina já condenados pela Polícia Civil. Apenas três supermercados permaneciam com o produto nas prateleiras e em nenhum deles foram encontradas cervejas correspondentes aos lotes L1 1348 e L2 1348.

O produto, de outros lotes, está nas prateleiras do Supermercado Amantino, onde um dos responsáveis pelo estabelecimento informou que, por enquanto, não irá retirar o produto de venda. No Supermercado Escola, a cerveja Belorizontina havia sido retirada das gôndolas na tarde de hoje, sexta-feira, 10, enquanto que, no Supermercado Mineirão, a retirada do produto aconteceu na manhã de hoje, em todas as lojas do grupo. Nos três supermercados não foram encontradas amostras nos lotes condenados pela Polícia Civil.

Doença misteriosa

Em Minas Gerais, já foram dez casos notificados à SES/MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais), nove de pacientes do sexo masculinos, com idade entre 23 e 76 anos, e um do sexo feminino, que não teve idade revelada, que apresentaram sintomas gastrointestinais associados à insuficiência renal aguda grave, seguida de alterações neurológicas.

A morte do paciente morador de Ubá, distante cerca de 60 km de Viçosa, foi confirmada na terça-feira, 7, em Juiz de Fora, onde o paciente estava internado. Também um caso foi descartado, devido ao paciente não apresentar os mesmos sintomas e ter doença renal prévia.

A SES/MG ainda não confirmou o que ocasionou o surgimento da “síndrome nefroneural”.