POLÍCIA

Homem assassinado com 30 tiros em Cajuri

Peritos estiveram no local onde encontraram vestígios de 51 disparos de arma de fogo


Publicado em: 17/10/2014 às 15:30hs

Homem assassinado com 30 tiros em Cajuri

Seis homens fortemente armados invadiram uma casa, na madrugada de terça-feira, 14, e executaram Alef Ismael, 20. Segundo Geraldo Eloi, pai de Alef, ele estava em sua casa, localizada no residencial II, em Cajuri, juntamente com seu filho e mais suas duas filhas quando os homens bateram à porta, todos encapuzados, dizendo serem da polícia. Os bandidos invadiram a casa, agrediram Geraldo e suas duas filhas e quatro deles foram até o quarto onde Alef dormia e efetuaram 50 disparos de arma de fogo de calibre 380, ponto quarenta, 9 milímetros e 357. Trinta e um dos disparos alvejaram a vítima, que morreu no local.
Testemunhas disseram que os assassinos estavam em um carro preto e em duas motos. Disseram ainda que um os autores seria de uma facção criminosa do estado do Rio de Janeiro.

Atentado
no dia anterior
Alef tinha envolvimento com o tráfico de drogas, e no domingo, 12, o carro em que estava juntamente com outras três pessoas, foi alvejado por mais de 12 disparos. O crime aconteceu na localidade da Estiva, zona rural de Cajuri. De acordo com a polícia, uma das vítimas, um adolescente de 16 anos, disse que estava em um VW/Gol branco, placa KOG 6796, tarjeta de Barra Longa (MG) na companhia de Alef, Gabriel Ladeira de Castro, 19 e de José Nilson Moreira Costa, 21, e juntos foram à zona rural a procura dos irmãos Cristiano de Souza da Silva, 22, e Marcos Junior da Silva, 20, para fazerem um acerto de contas referente à venda de drogas. Chegando ao local, Alef teria pulado a porteira e gritou, mas não foi atendido. Ao manobrarem o carro para saírem do local, os quatro foram surpreendidos por Cristiano e por Marcos, que dispararam 12 vezes na direção do carro. Eles então fugiram e foram perseguidos por dois homens em uma motocicleta, que dispararam mais nove vezes na direção do carro onde estavam. José Nilson, um dos ocupantes do carro, foi atingido de raspão, na altura das costelas, mas não quis ser levado ao hospital para ser medicado. Ao chegar a Cajuri as vítimas se esconderam em um bar. Os policiais foram até o sítio onde prenderam os dois autores, apesar deles terem negado suas participações no atentado, depois que peritos localizaram vários estojos deflagrados de munição calibre 765 e 380, além de uma lanterna. Projéteis também foram localizados perto da residência e dentro do Gol. Com Cristino a polícia também localizou uma bucha de maconha. No dia, todos os envolvidos foram encaminhados à Delegacia para esclarecimentos.
De acordo com a polícia, durante a realização da vistoria pericial no VW/Gol em que as vitimas estavam, foi localizada uma pedra de crack pesando aproximadamente 20 gramas, além de um papelote de cocaína. Ao ser questionado pelos policiais, José Nilson assumiu ser proprietário da droga. O veículo foi removido ao pátio João Rossi. Segundo testemunhas, no local existem câmeras de segurança que possivelmente revelará a identidade dos autores do atentado.

Operação de combate ao tráfico


Três das quatro vítimas se envolveram numa ocorrência policial. Na sexta-feira, 3, a polícia realizou uma operação com o objetivo de desarticular um quadrilha envolvida com tráfico de drogas naquela cidade.
Naquela ocasião eles estiveram no sítio do pai de Gabriel, onde apreenderam 57 pedras de crack e mais outras duas porções da mesma droga, pesando aproximadamente 20 gramas cada uma, além de 4 balas de revólver. Gabriel disse que as drogas não pertenciam a seu pai, mas não revelou quem seria o proprietário.
Os policiais também encontraram, noutra localidade, um revólver que teria sido usado por Alef Ismael, no atentado contra uma pessoa e em disparos em direção a uma residência, em Cajuri. No mesmo dia, outra equipe de policiais foi até a casa de Alef, onde encontraram 11 frascos com “cheirinho de loló”, que ele confessou comercializar por R$ 10, cada um. Uma gaiola com um pássaro Pintassilgo também foi encontrada. No dia, Alef revelou que comprou o animal por R$20, mas os militares constataram que o pássaro havia sido furtado, juntamente com outras aves, da casa daquele município. Alef também era suspeito de disparar contra um casal que estava em um veículo no dia 19 de julho. O disparo aconteceu depois que Geraldo Eloi de Almeida, 52, pai de Alef, ter se envolvido em uma discussão com um homem por causa de uma mulher. Na ocasião os disparos acertaram a lataria de uma Kombi, que estava estacionada em uma rua do bairro Vila Miranda, em Cajuri. O casal se abaixou ao ouvir os disparos e não chegaram a se ferir.
Ainda naquela semana a polícia recebeu denúncia anônima de que dois indivíduos numa motocicleta Honda XRE/300, de cor escura, estariam traficando drogas próximo ao Parque de Exposições de Cajuri. Dois adolescentes tentaram fugir ao notar a aproximação dos militares. Um deles, de 17 anos, acabou sendo alcançado e um invólucro que ele lançou ao chão, foi encontrado. Nele estava embrulhado um tablete de maconha. Na casa do adolescente foram encontrados uma bucha de maconha e um papelote de cocaína.