MINAS GERAIS

Greve da Educação tem adesão de escolas estaduais da região

Entre as reivindicações da categoria estão o cumprimento do piso salarial profissional nacional em Minas e a não adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal.


Publicado em: 17/03/2022 às 10:36hs

Greve da Educação tem adesão de escolas estaduais da região
Delegação de Viçosa e Ponte Nova esteve presente na assembleia que aprovou a greve por tempo indeterminado em defesa do piso salarial nacional. Foto: Divulgação

Nesta semana, todos os alunos de pelo menos 8 escolas estaduais da microrregião e parte dos alunos de outras 12 escolas ficaram sem aulas. A maioria dos profissionais dos colégios estaduais aderiram à greve dos servidores da rede estadual de Minas Gerais, deflagrada no último dia 8 de março, e que segue por tempo indeterminado.

Em Viçosa, de acordo com o Sind-UTE/MG, aderiram à greve de forma integral os funcionários das escolas Effie Rolfs, José Lourenço de Freitas, Dro Raimundo Alves Torres e Santa Rita de Cássia. Já as escolas Cesec Doutor Altamiro Saraiva, Alice Loureiro, Madre Santa Face e Raul de Leoni funcionam parcialmente, pois nem todos os funcionários e professores aderiram à greve.

Na microrregião, aderiram à greve de forma integral os servidores das escolas Mariano da Rocha (Teixeiras), Prof. David Procópio (Ervália), José Albino Leal (Pedra do Anta), Antônio Lopes Soares (Canaã), Cônego José Ermelindo de Souza (Araponga) e José Dias do Carmo (Araponga).

PAUTAS

A principal reivindicação da categoria é o cumprimento do piso salarial profissional nacional em Minas. Durante uso da tribuna da Câmara de Viçosa na reunião da última terça-feira, o diretor do Sind-UTE/MG, Paulo Grossi, afirmou que o cumprimento do piso é garantido tanto pela Lei 21.710/2015 quanto pelo artigo 202-A da Constituição Estadual. "Em nenhum dos anos do governo Zema nós tivemos praticado o reajuste do piso salarial profissional nacional. A educação tem recursos próprios vinculados que nos garantem o piso salarial profissional nacional", ressaltou Paulo.

O piso para o magistério da educação básica é de R$ 3.845,63 após reajuste de 33,24% anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em fevereiro de 2022.

O representante do Sind-UTE/MG na região pontua que a proposta de recomposição inflacionária de 10,06% anunciada por Zema está distante do piso salarial nacional. "A distância entre o piso nacional e o salário do professor em Minas Gerais é muito grande. Hoje, para que o professor em Minas Gerais receba o piso, é necessário um reajuste de 80% para que haja esse cumprimento da Lei”, denuncia o professor.

Paulo Grossi também citou que entre as pautas da greve está a questão do salário das auxiliares de limpeza das escolas. “Hoje elas recebem menos de 01 salário mínimo na rede estadual, ou seja, um grave desrespeito a um direito constitucional”, enfatizou.

Além disso, a categoria é contrária à proposta de Zema de adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). O pleito, inclusive, é pauta da greve dos servidores da Segurança Pública e outras categorias que se mobilizam no mesmo sentido.