JUSTIÇA

Sinfup detecta novo cheque desviado

Cheque, no valor de R$ 3 mil, teria sido descontado em loja de roupas em Coimbra


Publicado em: 15/03/2021 às 13:00hs

Sinfup detecta novo cheque desviado
Foto: Arquivo

O Sindicado dos Servidores Públicos Municipais de Viçosa (Sinfup) descobriu mais um cheque que teria sido emitido de forma irregular por membros da antiga gestão.

O cheque no valor de R$ 3 mil foi descontado no dia 28 de janeiro na agência da Caixa da Praça Silviano Brandão em nome de uma mulher que seria proprietária de uma loja de roupas em Coimbra. Chama a atenção o fato de o cheque ter data do dia 04 de julho de 2019 com indicativo de “bom para” o dia 05 de outubro.

O tempo que levou para o cheque ser descontado, em janeiro de 2021, contando do prazo em que foi emitido, (em julho de 2019), é de 17 meses, período bem superior aos 06 meses estipulados pelo Banco Central para que os cheques percam a validade.

A Caixa Econômica Federal abriu um procedimento interno para contestar o pagamento do cheque e providenciar a devolução do dinheiro ao sindicato.

No início do ano, o contador do Sinfup detectou a despesa e, ao questionar a origem, descobriu a irregularidade. O Sindicato informou que não possuía a lista de talões com cheques em branco e, por isso, pediu à Caixa, ainda em 2019, a suspensão de todos os papéis que não haviam sido compensados.

No cheque descontado em janeiro, o verso contém o nome “Fabio”. Na data da assinatura do cheque, Fabio Fernandes era diretor financeiro do Sindicato. Por telefone, ele disse ao Folha da Mata que desconhece a origem do cheque em questão.

copia-de-cheque-da-sinfupImagem: arquivo

O ex-diretor confirma que muitos cheques a época continham a assinatura dele. E baseia-se no estatuto do Sinfup para justificar que qualquer emissão de cheques passava também pela presidência do sindicato.

Por um período de 2019, a então presidente Conceição Paiva esteve afastada por motivos de saúde e Maria Aparecida de Paiva Torres, atual presidente da instituição, assumiu interinamente a função. Maria Aparecida, por sua vez, afirma que não tinha acesso aos dados bancários para realizar movimentações financeiras.

 

REPERCUSSÃO

Há 2 semanas, o Folha da Mata noticiou que o Sinfup venceu na Justiça o processo movido contra a Caixa Econômica Federal para ressarcimento de parte dos valores que teriam sido desviados pela gestão do sindicato entre 2017 e 2019. A Caixa foi acionada judicialmente por permitir a compensação de cheques com apenas uma assinatura, o que contraria o estatuto do sindicato.

A sentença emitida pelo juiz federal Rafael Araújo Torres acolheu em parte os pedidos do sindicato e reconheceu a responsabilidade do banco em relação à compensação dos cheques sem a conferência das assinaturas. O magistrado condenou a Caixa a pagar o R$ 13.154,01.

Sobre a matéria veiculada pelo Folha da Mata, o ex-diretor financeiro Fábio Fernandes afirma que o processo foi movido contra a Caixa Econômica e que ele nunca foi informado pelo sindicato das supostas irregularidades nem foi chamado para prestar esclarecimentos.