ECONOMIA

Economia regional perde milhões sem Auxílio Emergencial

Valores pagos a trabalhadores da região ajudava a movimentar setor de comércios e serviços


Publicado em: 19/02/2021 às 11:30hs

Economia regional perde milhões sem Auxílio Emergencial
reprodução internet

Enquanto a nova rodada de pagamento do Auxílio Emergencial não é confirmada pelo Governo Federal, municípios da região de Viçosa sentem o impacto da falta do recurso que era pago a trabalhadores afetados pela pandemia.

Somente em Viçosa, entre abril e agosto, foram repassados pouco mais de R$ 62,5 milhões de reais de recursos federais. O valor era destinado ao pagamento das parcelas de R$ 600,00 para viçosenses que tiveram direito ao benefício. No cálculo da média mensal do período, o valor chega a R$ 12,5 milhões de reais por mês durante 5 meses. “Agora, sem a perspectiva de ter dinheiro, os consumidores se tornam mais conservadores, deixam de gastar. E isso afeta muito a economia”, explica o professor do Departamento de Economia da UFV, Jader Cirino.

De setembro a dezembro, as parcelas foram reduzidas pela metade. E agora, em 2021, o auxílio foi cancelado. Com menos dinheiro circulando, o comércio varejista é o primeiro a sentir os impactos a curto prazo, com possíveis quedas nas vendas e no faturamento. “A queda no consumo coloca em risco os empregos e a própria viabilidade do comércio permanecer aberto”, enfatiza o professor.

A preocupação é compartilhada com representantes da categoria de empresários e comerciantes. Para o Presidente da Casa do Empresário de Viçosa, Julismar Marques Divino, para muitas pessoas, a única fonte de renda foi o Auxílio Emergencial e, sem a garantia desse recurso, há a perda do poder de compra: “consequentemente as prioridades acabam mudando. A roupa nova, a reforma da casa e a manutenção no carro, por exemplo, vão acabar em segundo plano”.

A diretoria da Casa do Empresário tem feito reuniões para discutir soluções para minimizar os impactos e preservar os empregos do setor de comércios e serviços.

ECONOMIA REGIONAL

O impacto na cadeira produtiva é ainda maior se considerado os valores recebidos também por moradores de municípios da região. Por mês, era injetado em média o total de R$ 26.185.640,00 mensais para 12 municípios (veja tabela). Somando-se o valor enviado para Viçosa, o montante ultrapassa R$ 38,6 milhões de reais por mês.


VALORES DO AUXÍLIO EMERGENCIAL RECEBIDOS PELOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO
(entre abril e agosto 2020)
Araponga: R$ 7.770.600 | Cajuri: R$ 3.713.400,00
Canaã: R$ 4.548.000,00 | Coimbra: R$ 6.851.400,00
Ervália: R$ 18.251.400,00 | São Geraldo: R$ 7.303.800
São Miguel: R$ 6.948.600,00 | Paula Cândido: R$ 7.857.000,00
Pedra do Anta: R$ 3.387.000,00 | Ponte Nova: R$ 41.491.200,00
Porto Firme: R$ 12.877.800,00 | Teixeiras: R$ 9.927.600,00
Fonte: Portal da Transparência/Controladoria Geral da União


RETORNO DO BENEFÍCIO

O Governo pretende retomar o auxílio emergencial em Março, mas a data ainda não está confirmada. As atuais negociações com o Congresso Federal estudam a viabilidade do pagamento de três a quarto parcelas, com o valor de R$ 250,00 cada.

Segundo a Caixa Econômica Federal (CEF), o Auxílio Emergencial foi liberado em 2020 para mais de 68 milhões de trabalhadores em todo o país, o que representa 32,2% da população brasileira e cerca de 40% das residências, totalizando cerca de R$ 294 bilhões em pagamentos.