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Serpente venenosa é encontrada no campus da UFV

Soro antiofídico é único remédio eficiente; saiba como proceder em caso de acidentes


Publicado em: 05/05/2021 às 18:06hs

Serpente venenosa é encontrada no campus da UFV
Foto: Folha da Mata

Uma serpente peçonhenta, da espécie Bothrops jararacuçu, conhecida popularmente como Jararacussu, foi encontrada na última quinta-feira à noite dentro do campus da UFV. Um grupo de ciclistas, incluindo crianças, passava pela estrada do Barbado, que liga a escola Effie Rolfs ao trevo da reciclagem local quando avistou o animal.

O professor da universidade e coordenador do museu de Zoologia João Moojem, Renato Feio, identificou a espécie a pedido do Folha da Mata. Ele explica que se trata de uma cobra comum na região de Viçosa, que pode ser encontrada no interior de matas e áreas de meio ambiente onde há intervenção humana. A serpente tem hábitos noturnos e diurnos e, quando se sente ameaçada, pode desferir botes e inocular o veneno.

A estrada onde a cobra foi vista é bastante frequentada por pessoas que se aventuram em caminhadas e durante os finais de semana, muitas crianças são vistas caminhando pelo local. A exposição ao risco de picadas por animais venenosos reforça a importância de alguns cuidados que devem ser tomados.

SORO ANTIOFÍDICO

Em caso de picada, o soro antiofídico é o remédio comprovadamente eficaz para o tratamento. Em Viçosa, o Hospital São Sebastião (HSS) é referência da microrregião para o tratamento de picadas por animais peçonhentos (aranhas, escorpião, cobras). O paciente precisa se deslocar até o hospital para ser avaliado e, a partir daí, a unidade define a quantidade de soro que será aplicado, conforme protocolo estipulado pelo Ministério da Saúde.

De acordo com o HSS, existe estoque de soro antiofídico disponível para atender à população e que a procura aumenta em determinados períodos do ano como verão e épocas de colheita, quando produtores ficam mais expostos.

Os especialistas atentam para medidas que não são eficientes e que podem piorar as condições da vítima, como fazer cortes no local da picada, tentar chupar o veneno, fazer torniquete ou ingerir bebidas alcoólicas. A indicação mais adequada é lavar o local da ferida com água corrente e procurar ajuda médica.

O professor Renato alerta que a captura do animal pode ser arriscada para quem não possui prática: “a recomendação é sempre deixar a serpente ir embora. No máximo, tirar fotos, se quiser, sem chegar muito perto”. A Pró-reitoria de Administração da UFV recomenda que seja acionado o Corpo de Bombeiros para realizar a captura do animal e também para resgate em caso de mordida. Os contatos são: (31) 3612-1681 e 3612-1682.