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Inflação em Viçosa persiste, mas perde força em abril

A batata inglesa ficou 21% mais cara devido às chuvas e ao aumento da demanda em função da Semana Santa


Publicado em: 13/05/2022 às 08:58hs

Inflação em Viçosa persiste, mas perde força em abril

O Índice de Preços ao Consumidor de Viçosa (IPC-Viçosa), calculado pelo Departamento de Economia da UFV, registrou, no mês de abril de 2022, uma inflação de 0,41%. A variação foi a menor deste ano e também dos últimos 12 meses. Vale ressaltar que, no mês anterior (março), a inflação registrada em Viçosa foi a maior dos últimos 12 meses (2,51%).

Já o custo da cesta básica apresentou, em abril, elevação de 2,86%, sendo tal valor superior ao verificado em março.

Dos sete grupos que compõem o IPC-Viçosa, quatro tiveram aumento de preço e três tiveram queda. Os grupos com as maiores elevações foram Artigos de Residência (3,09%), Alimentação (2,64%), Saúde e Cuidados Pessoais (2,44%) e Educação e Despesas Pessoais (0,67%). Seguraram o crescimento da inflação os custos de Habitação (-2,77%), Transporte e Comunicação (-1,21%), e Vestuário (-1,20%).

O detalhamento da pesquisa do Departamento de Economia da UFV mostra que montar um apartamento em Viçosa ficou mais caro em abril, com aumento de itens como Utensílios de Cozinha (6,95%), Eletrônicos (5,00%), Acessórios (3,51%) e Mobiliário (2,68%).

No supermercado, tiveram expressivo aumento as Bebidas Alcoólicas (11,16%); Cereais, Leguminosas e Oleaginosas (8,53%) e Leite e Derivados (6,88%). Comer fora de casa também ficou mais caro, com destaque para a alta de preço do Self-service (7,75%).

Entre os custos que ficaram mais baratos, destaca-se na pesquisa o preço do Transporte Coletivo Interurbano, que teve uma redução média de -7,47%, com destaque para a queda no preço médio da Passagem Viçosa/Rio de Janeiro (-22,40%). A conta de energia elétrica residencial também ficou mais barata, de acordo com a pesquisa. A redução foi de -18,68%, proveniente do fim da vigência da bandeira tarifária de escassez hídrica.

CESTA BÁSICA MAIS CARA

Em abril a cesta básica custava R$ 559,64 em Viçosa, ou seja, R$ 15,57 mais cara em comparação ao mês de março, cujo custo havia sido de R$ 544,07. Tal variação foi da ordem de 2,86%.

Os produtos cujos preços mais se elevaram foram Batata inglesa (21,03%), Arroz tipo 1 (11,51%) e Farinha de trigo (10,36%). Para o tubérculo, a combinação de redução da oferta devido às chuvas e do aumento da demanda em função da Semana Santa explicam a alta do preço. Quanto ao arroz, a elevação da cotação internacional do grão justifica sua alta no mercado interno, de acordo com o DEE. Por fim, a valorização do dólar frente ao real e a diminuição da oferta de trigo no mercado externo, decorrente da guerra entre Rússia e Ucrânia, provocaram a alta do produto no mercado interno, causando dessa forma, elevação no preço da farinha de trigo.

Tal elevação de custo também foi verificada nacionalmente, já que conforme a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), o custo da cesta básica aumentou, pelo segundo mês consecutivo, nas 17 capitais brasileiras onde a pesquisa é realizada.

O trabalhador viçosense que ganhou um salário-mínimo de R$ 1.212,00 em abril, gastou 46,18% de sua renda para adquirir os produtos que compõem a cesta básica de alimentação, sendo que em março, tal valor havia sido de 44,89% da renda.

Dessa forma, em abril, após a aquisição da cesta básica, restou ao trabalhador R$ 652,36 para atender às demais despesas de moradia, saúde e higiene, serviços pessoais, vestuário e transporte.

Em termos de horas trabalhadas, no mês de abril foram necessárias 101,59 horas para adquirir os produtos da cesta básica de alimentação, enquanto em março, tal valor foi de 98,76 horas.