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“Dragão da inflação” volta a assustar

O grupo que teve maior elevação de preços em maio foi o de Vestuário


Publicado em: 17/06/2022 às 10:54hs

“Dragão da inflação” volta a assustar

O Índice de Preços ao Consumidor de Viçosa (IPC-Viçosa), calculado pelo Departamento de Economia (DEE) da UFV, depois de apresentar declínio em abril, voltou a registrar inflação superior a 1% em 2022. De acordo com o DEE, a inflação no mês de maio foi de 1,84%, indicando que, em média, os preços de bens e serviços para os consumidores viçosenses ficaram mais caros no mês passado.

A inflação “queima” o poder de compra da população, pois um mesmo dinheiro compra cada vez menos um mesmo bem ou serviço. Por conta dessa característica, a inflação ganhou a figura do dragão para representá-la.

O grupo que teve maior elevação de preços em maio foi o de Vestuário (7,44%), impulsionado pelos preços nos itens Artigos de Cama (13,28%), Roupas Masculinas (12,11%), Calçados (11,69%) e Artigos de Mesa (11,34%).

Na sequência aparece o grupo Transporte e Comunicação (2,72%), cujo destaque foi o aumento de preço nos itens Transporte Coletivo Interurbano (14,06%), com ênfase para a elevação no preço médio das Passagens Viçosa/Belo Horizonte (18,22%), Viçosa/Juiz de Fora (17,31%) e Viçosa/Rio de Janeiro (6,64%).

Também registraram aumento os grupos de Alimentação (2,07%); Artigos de Residência (1,27%); Habitação (0,85%); Educação e Despesas Pessoais (0,85%); e Saúde e Cuidados Pessoais (0,58%).

Na alimentação, a pesquisa identificou expressivos aumentos nos preços das carnes suínas (10,07%), principalmente em peças como suan de porco (36,12%), toucinho fresco sem carne (31,26%), pé de porco (30,46%) e orelha de porco (27,81%). Também tiveram registraram elevação de preços produtos como amido de milho (12,36%), farinha de rosca (11,92%), farinha de trigo (10,65%), couve-flor (65,21%), brócolis (37,38%) e repolho (11,08%).

CESTA BÁSICA MAIS BARATA

Apesar da alta da inflação, o custo da cesta básica em maio de 2022 apresentou redução de 7,99%, sendo tal variação, a menor dos últimos 12 meses.

Em termos de valor, a cesta básica custou, no mês de maio, de R$ 514,93, ou seja, R$ 44,71 mais barata em comparação ao mês de abril, cujo custo havia sido de R$ 559,64.

O produto cujo preço mais contribuiu para essa queda foi o Tomate (-36,36%). Segundo o DEE, o avanço da safra de inverno aliado à rápida maturação do fruto aumentaram a oferta do mesmo no mercado, provocando, dada a demanda, diminuição no seu preço.

Destaca-se que tal diminuição no custo também foi verificada nacionalmente, já que, conforme a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), o custo da cesta básica diminuiu em 14 das 17 capitais brasileiras onde a pesquisa é realizada.

O trabalhador viçosense que ganhou um salário-mínimo de R$ 1.212,00 em maio gastou 42,49% de sua renda para adquirir os produtos que compõem a cesta básica de alimentação, sendo que em abril tal valor havia sido de 46,18% da renda. Dessa forma, em maio, após a aquisição da cesta básica, restou ao trabalhador R$ 697,07 para atender às demais despesas de moradia, saúde e higiene, serviços pessoais, vestuário e transporte.

Variação da inflação em Viçosa nos últimos 12 meses