CIDADE

Dois condenados pelo assassinato de Hortência

Hortência foi morta dentro deste salão de beleza, no bairro Santo Antônio, onde um homem entrou correndo, perseguido por um criminoso, armado, que chegou ao local atirando


Publicado em: 06/05/2022 às 16:00hs

Dois condenados pelo assassinato de Hortência

Aconteceu na última quinta-feira, 28 de abril, e se estendeu até a madrugada de sexta-feira, a audiência de Júri Popular a que foram submetidos os dois homens  acusados do assassinato de Hortência Sudário da Silva e da tentativa de homicídio de Júlio César Bonifácio, que tinham, ela 25 e ele, 21 anos no dia do crime, ocorrido em 4 de fevereiro de 2018, em um salão de beleza da rua João Batista da Costa, no bairro Santo Antônio, em Viçosa.

Breno foi condenado a 16 anos e 4 meses de prisão, enquanto  Tainário, a 22 anos e 2 meses, ambos em regime fechado, negando a eles o direito de recorrer em liberdade. Os dois já se encontravam encarcerados desde o dia 9 de fevereiro de 2018, quando foram presos por policiais civis de Viçosa, em operação que investigou o crime. 

O julgamento chegou a ser adiado por duas vezes. 

 

A sentença

Os membros do jurados entenderam que houve a materialidade do assassinato de Hortência e da tentativa de assassinato de Júlio, e que Tainário e Breno são os autores dos crimes, tendo os dois dado início à execução do mesmo, por motivo torpe, com uso de recurso que dificultaram a defesa da vítima, 

Como os réus estavam sendo julgados em dois crimes distintos (assassinato de Hortência e tentativa de assassinato) a Justiça aumentou em 1/6 a pena mais grave cometida pelos criminosos. Assim sendo, a de Tainário, que era de 19 anos, passou a ser de 22 anos e dois meses, enquanto a de Breno foi aumentada de 14 para 16 anos e quatro meses de prisão.

A pena menor atribuída a Breno se deu pelo fato de que ele tinha menos de 21 anos no dia do crime, o que é considerado pela legislação, menoridade relativa.

 

A PRISÃO

Os dois acusados foram presos por policiais civis da divisão de homicídios da 5ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Viçosa – DRPC, na manhã de 9 de março de 2018, durante operação onde foram cumpridos mandados de prisão, busca e apreensão com a participação de 40 policiais civis do 4º Departamento de Polícia Civil de Juiz de Fora (4º DEPPC), que abrange as Delegacias Regionais de Juiz de Fora, Leopoldina, Muriaé, Ubá e Viçosa e também com a utilização de dois drones da PC.

As investigações da Polícia Civil tiveram início logo após o crime que chocou a cidade, e poucos dias depois a polícia chegou aos nomes de Breno e de Tainário. Breno foi apontado como o homem que pilotava a motocicleta usada no crime e Tainário, como o que atirou nas duas vítimas. No dia da operação, munidos de mandados de prisão, busca e apreensão expedidos pela Justiça de Viçosa, os policiais civis realizaram várias incursões pela cidade. Breno foi preso em sua residência na rua Carlos Dias, bairro Sagrados Corações, enquanto Tainário, na rua Ipanema, naquele mesmo bairro.

 

O CRIME

Hortência estava no salão de beleza, arrumando o cabelo, quando Júlio César entrou correndo, fugindo de tiros que acabaram a alvejando. Policiais Militares que passavam pelas proximidades do local do crime socorreram a vítima e a encaminharam ao Hospital São João Batista, onde recebeu os primeiros socorros, mas acabou falecendo. Ela foi alvejada na perna e costas.

Júlio César foi encontrado pela polícia e disse que estava parado na esquina da rua João Batista da Costa, com a avenida Marechal Castello Branco, quando dois homens se aproximaram numa Honda/XRE 300 preta e ele, desconfiado, saiu do local. Júlio disse que empurrava sua bicicleta pelas proximidades do salão, quando viu que os mesmos dois homens tentavam encurralá-lo, pois haviam dado volta por outra rua e se aproximaram, vindos de cima. A vítima disse ainda que o homem que estava na garupa da motocicleta desceu e começou a atirar. Ele, para se defender, entrou no salão de beleza e se escondeu no banheiro, que fica nos fundos. O bandido entrou atirando e tentou arrombar a porta, e só foi embora depois que sua munição acabou. Testemunhas informaram ao Folha da Mata que os dois bandidos fugiram em direção ao distrito de Silvestre, pela avenida Marechal Castello Branco e eram escoltados por outro bandido que estava noutra motocicleta. Hortência era filha única e havia se casado recentemente. Júlio César foi encaminhado à Delegacia de Polícia, onde prestou depoimentos.