CIDADE

UMA VIÇOSA POSSÍVEL

Ítalo Stephan


Publicado em: 30/11/2020 às 09:56hs

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É uma tarde de sábado de setembro de 2027, em Viçosa. Voltamos para casa depois de dar uma volta pela cidade. Resolvemos dar um passeio no Público do Centev, lá na zona norte.  Houve um concerto de música na concha acústica, tocado pela orquestra local, que tocou músicas de Pixinguinha, Milton, Carla Sceno e Hervê Cordovil. Tinha muita gente lá, inclusive vários cadeirantes. Totens educativos em braile passavam informações aos deficientes visuais, sobre as plantas nativas e sobre a recuperação das nascentes.  No gramado, famílias faziam piquenique, ao lado do parquinho, cheio de crianças. Muitos ciclistas passavam pelas várias alternativas de ciclovias do parque, vindo do Silvestre e a caminho do Ziguezague.  Idosos, que nem nós, praticavam, com elegância, o tai chi chuan. 

 

Do imenso parque, ao lado do Parque Tecnológico, foi possível ver os lindos prédios das três novas indústrias tecnológicas, inauguradas há poucos meses. No caminho para o centro, passamos de carro ao lado da ciclovia Castelo Branco. Conseguimos comprar verduras fresquinhas na horta urbana, ao lado do Parque Santo Antônio. Também levamos uns brotos de feijão, cogumelos e um pouco de húmus de minhoca para nosso quintal. No centro, passamos ao lado do parque linear São Bartolomeu, ao lado do terminal rodoviário local. Na praça do Rosário estava o imponente Cine Brasil, requalificado como um lindo teatro, com letreiro que anunciava uma nova montagem de Macunaíma, com apresentações no final de semana. Chamou-nos atenção o cuidado com os jardins e a limpeza das ruas. Uma breve parada para comprar o jornal na banca, costume antigo, para atualizar as notícias. Na capa, o anúncio de que Viçosa passou a tratar 100% de seus esgotos. Viçosa alcançou nota 9,3 no IDEB, o que a colocou como a mais alta do Brasil, assim como o Coluni, imbatível há décadas. O primeiro trecho do anel viário, que ligará o trevo de São José do Triunfo, ao lado da nova estação rodoviária, ao Centev tem previsão de inauguração em menos de um mês. 

 

Como de praxe, o caminho de casa favorito passa pelo campus da UFV. Como o fim da tarde estava bonito, estacionamos próximo às Quatro Pilastras e fomos passear de Trenzinho. Ao nosso lado, turistas e estudantes, a caminho da biblioteca, interagiam animadamente. O trajeto até a estação de Cajuri leva uns trinta minutos, o que nos convidava a jantar na linda pequenina cidade.  Ao longo do passeio, passamos pelo lindo edifício prédio do Espaço de Ciências. Para, enfim, chegar em casa, passamos entre os dois lagos da UFV, totalmente cheios, apesar da longa estiagem, graças à eficácia do amplo programa de recuperação da bacia do São Bartolomeu e das matas da região do Paraíso.

 

E pensar que todas essas transformações poderiam começar em 2021, com uma pessoa eleita para a prefeitura, que decidiu e conseguiu mudar a forma de fazer política. Concluiu e implementou os planos importantes, desenvolveu os projetos necessários e teve apoio dos canais fortes com deputados igualmente sérios e honestos.   O que parecia uma realidade distante transformou a cidade, que, enfim poderia ser justamente chamada de “Educadora”, em todos os sentidos.